Rio de Janeiro
Uma seleção de programas ao ar livre, centros culturais, passeios e histórias repletas de carioquice por toda parte. Descubra a arquitetura, as belezas naturais e o estilo de vida que transformam a cidade numa experiência inesquecível.
Como bem definiu o escritor mineiro Fernando Sabino: “carioca, como se sabe, é um estado de espírito: o de alguém que, tendo nascido em qualquer parte do Brasil (ou do mundo) mora no Rio de Janeiro e enche de vida as ruas da cidade.” O carioca é descontraído, espontâneo, natural.
Bate palmas para o pôr do sol na praia, toma banho de mangueira na laje, flerta com a música, o cinema, a arte e a fotografia. Bate papo no bar, frequenta rodas de samba e, acima de tudo, pratica a carioquice de forma incondicional.
Aplaudida em todo mundo pela riqueza de seus traços e influências que remontam a diferentes conceitos e períodos históricos, a arquitetura do Rio de Janeiro mistura a herança dos projetos coloniais portugueses, a vanguarda coletiva modernista e a exuberância estética contemporânea por toda cidade.
É possível encontrar edificações seculares como o conjunto arquitetônico da Praça XV, o amplo Museu de Arte Moderna e mega construções futurísticas como o Museu do Amanhã - exemplos deslumbrantes da multiplicidade cultural e estética que arranca suspiros de moradores e turistas pelas ruas da cidade maravilhosa.
O que faz o Rio de Janeiro especial? Além de toda a carioquice, com certeza as belas paisagens retratadas neste especial, confira e acompanhe as atualizações.
Paraty
Paraty
Considerada Patrimônio Histórico Nacional, preserva até hoje os seus inúmeros encantos naturais e arquitetônicos. Passear pelo Centro Histórico de Paraty é entrar em outra época, onde o caminhar é vagaroso devido às pedras "pés-de-moleque" de suas ruas.
As construções de seus casarões e igrejas traduzem um estilo de época e os misteriosos símbolos maçônicos que enfeitam as suas paredes nos levam a imaginar como seria a vida no Brasil de antigamente. A proibição do tráfego de automóveis no Centro contribui para esta viagem pelo "Túnel do tempo".
A cidade foi fundada em 1667 em torno à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, sua padroeira. Teve grande importância econômica devido aos engenhos de cana-de-açúcar (chegou a ter mais de 250), sendo considerada sinônimo de boa aguardente. No século XVIII, destacou-se como importante porto por onde se escoava das Minas Gerais, o ouro e as pedras preciosas que embarcavam para Portugal.
Porém, constantes investidas de piratas que se refugiavam em praias como Trindade, fizeram com que a rota do ouro fosse mudada, levando a cidade a um grande isolamento econômico. Após a abertura da Estrada Paraty-Cunha,e principalmente, após a construção da Rodovia Rio-Santos na década de '70, Paraty torna-se pólo de turismo nacional e internacional, devido ao seu bom estado de conservação e graças às suas belezas naturais.
Em sua área encontram-se o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Proteção Ambiental do Cairuçú, onde está a Vila da Trindade, a Reserva da Joatinga, e ainda, faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar. Ou seja, é Mata Atlântica por todo lado.
O Centro Histórico de Paraty remonta aos idos de 1820, quando suas ruas já possuiam seu calçamento "pé de moleque". A presença das águas, com a invasão das marés na lua cheia, a cultura do café e da cana, o porto e seus piratas, a maçonaria determinaram o traçado do Centro Histórico de Paraty. As ruas foram todas traçadas do nascente para o poente e do norte para o sul.
Todas as construções das moradias eram regulamentadas por lei, podendo pagar com multa ou prisão, quem desobedecesse as determinações. A maçonaria deixou sua forte marca nas fachadas dos sobrados com desenhos geométricos, em relevo.
O Centro Histórico, considerado pela UNESCO como "o conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso" é Patrimônio Nacional tombado pelo IPHAN. Sua ruas, protegidas por correntes que impedem a passagem dos carros, preservam ainda o encanto colonial, aliado a um variado comércio e a expressões culturais e artísticas muito intensas.
Os carros apenas podem circular pelas ruas que fazem limite com o Centro: Patitiba, Domingos G. de Abreu, Aurora e Rua Fresca. A maioria das ruas do Centro Histórico tem 2 nomes, fruto de decretos municipais conflitantes com o costume já instalado.
A abrigada baía Paraty possui próximo a 50 praias, sendo algumas com acesso por carro e muitas com acesso apenas por barco. Especialmente estas últimas não só possuem uma natureza em estado quase selvagem, mas preservam muito da ancentral cultura caiçara com seu artesanato, culinária e meios tradicionais de subsistência.
Caminho do ouro
Estrada construída pelos escravos entre os séculos XVII e XIX, a partir de trilhas dos índios guaianazes, a Estrada Real, Caminho do Ouro em Paraty, está bastante preservado e se encontra envolto pela exuberância da Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra da Bocaina.
Ponto de passagem obrigatório, nos séculos XVII e XVIII, o caminho ligava Minas Gerais a Rio de Janeiro e São Paulo. No chamado "Ciclo do Ouro", Paraty exercia a função de Entreposto Comercial e também por sua posição geográfica, porto escoadouro da produção de ouro de Minas para Portugal. Foi uma das mais importantes cidades portuárias do século XVIII.
Por todo o trajeto da Estrada Real foram colocados marcos sinalizadores.
Visitar o Caminho do Ouro permite conhecer, não só uma importante obra de engenharia, mas também uma ecologia deslumbrante e o povo paratiense com sua cultura, seu passado e seu presente. Cachoeiras, ateliers, alambiques, comidinha caseira e muito mais.
A visitação só é permitida com guias autorizados, pois o Caminho hoje passa por propriedades particulares